Olhar o passado: ao contrário de o lamentar e sofrer, temos que o transformar numa fonte de alegria, por pior que ele tenha sido.

O LENDÁRIO DANIEL ROXO - PESADELO NO VERA CRUZ

O LENDÁRIO DANIEL ROXO



Com a devida menção à origem
- a Metapédia - Enciclopédia alternativa -,
retirei este artigo sobre aquele que foi um
dos últimos portugueses a morrer em combate.
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Daniel Roxo
Daniel Roxo era transmontano de nascimento e doou-se completamente à defesa da Pátria.
Morreu em território português de Angola continuando a luta onde o deixaram - no Batalhão 32 do Exército Sul Africano. Ele que foi sempre o Comandante aceitou as divisas de Sargento e decidiu (como tantos outros da sua estirpe) continuar o combate.
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A sua acção em combate foi épica. A ele e a outros poucos portugueses se deve a grande vitória da ponte 14 (Dezembro de 1975 - no rio Nhia) em que milhares de cubanos e MPLA foram clamorosamente derrotados pelo Batalhão 32.
Durante a batalha os portugueses do Batalhão 32 sofreram quatro mortos. Os Cubanos e MPLA perderam mais de 400 homens, embora o número exacto seja difícil de determinar pois, como a BBC mais tarde informou, camiões carregados de cadáveres estavam constantemente a sair da área em direcção ao norte. Entre os Cubanos mortos estava o comandante da força expedicionária daquele país, o Comandante
Raul Diaz Arguelles, grande herói da Cuba de Fidel. E note-se sem a intervenção de meios aéreos! Só com apoio da artilharia.
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Foi cronologicamente a última grande batalha em que soldados portugueses (no século XX) se bateram. E bem!
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Trata-se de uma batalha que nas nossas Academias Militares não é estudada (nem sequer conhecida), mas que pelas inovações tácticas e emprego de pequeníssimos grupos de comandos deu resultados bem inesperados (para os cubanos, é claro). No entanto esta batalha é estudada (e bem) nas academias russas, britânicas e americanas (algumas).
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Poucos meses depois o nosso Daniel Roxo morria em combate. Antes contudo tinha já recebido a maior condecoração sul africana (equivalente à nossa Torre e Espada). Só no primeiro reconhecimento abateu (sozinho) 11 inimigos a tiro.
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Durante uma patrulha perto do rio Okavango, o seu Wolf (veículo anti minas semi blindado) rebentou uma mina e foi virado ao contrario, matando um homem e esmagando Roxo debaixo dele. O resto da tripulação tentou levantar o veiculo para o libertar mas era demasiado pesado. Breytenbach, (antigo comandante dos Búfalos, no seu livro (Eles vivem pela Espada - They Live by the Sword, pp. 105) escreveu:
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Danny Roxo, mantendo-se com o seu carácter intrépido, decidiu tirar o melhor partido das coisas, acendendo um cigarro e fumando-o calmamente até que este acabou, e então morreu - ainda esmagado debaixo do Wolf. Ele não se tinha queixado uma única vez, não tinha dado um único gemido ou grito, apesar das dores de certeza serem enormes.
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Assim morreu o Sargento Danny Roxo, um homem que se tinha tornado numa lenda nas Forças de Segurança Portuguesas em Moçambique, e que rapidamente se tinha tornado noutra lenda nas Forças Especiais Sul Africanas.
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Retirado de "http://pt.metapedia.org/wiki/Daniel_Roxo"
Publicada por Joaquim Santos
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PESADELO NO VERA CRUZ
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Paquete VERA CRUZ no dia da inauguração.O Povo costuma dizer "Não deites foguetes antes da Festa" ou ainda "Até ao lavar dos cestos é vindima". Pois é, uma coisa foi termo-nos visto longe das patrulhas, das minas e das emboscadas, sermos rendidos e embarcado. Outra coisa, bem mais garantida, é chegarmos a casa e abraçar a nossa Família. Felizmente que a quase tragédia havida na viagem de regresso, não passou de um tremendo susto que não causou vítimas, mas que naturalmente jamais se apagará da memória de todos aqueles que fizeram aquela viagem. Com a devida vénia e autorização, vou utilizar matéria de um excelente artigo publicado pelo nosso camarada da C. Caç 2358, Alferes Froufe Andrade, publicado na revista "Notícias-Magazine" de 31 Mar. 2002, leitura aconselhável a todos aqueles que fizeram aquela viagem. O Bat. Caç. 2842, embarcou no Porto da Beira a 22 de Maio de 1970. O "Vera Cruz", paquete gémeo do célebre "Santa Maria", foi construído em 1952. Tinha 185 metros de comprimento e atingia 20 nós de velocidade. Estava equipado com piloto automático, radar com alcançe de 30 milhas, radiogoniómetro de ondas médias e sonda ultra sonora para pequenas e grandes profundidades, era dos mais modernos transatlânticos existentes na sua época. Com uma capacidade de deslocamento de 21.750 toneladas foi fretado para o transporte de tropas. Felizmente não se afundou nessa noite e foi vendido em 1973 a Taiwan para ser desmantelado. Na madrugada de 26 de Maio, cerca das 04h20, quando o Vera Cruz navegava frente ao Cabo Morgan, antes de atingir o Cabo das Tormentas, o vento tinha aumentado de intensidade, tornando-se forte, com o mar grosso obrigando o navio a acentuados balanços longitudinais. O navio avançava por entre a tempestade. De repente, duas ondas sísmicas, duas voltas de mar consecutivas e desencontradas, provocam um estrondo medonho, um estertor do fim do mundo que levaram o navio a mergulhar ganhando grande inclinação, a colocar-se a um passo do abismo, a quase se afundar. Duas ondas enormes, com muitas toneladas de água, caíram sobre o navio, atingindo com tal força a ponte de comando, que fica a mais de 20 metros do nível do mar, que não deixaram inteiro um único vidro que têm 20 mm de espessura. As madeiras rangiam, os ferros torciam. A água tinha inundado todo o navio. Com o naufrágio à vista a tropa precipitou-se em pânico para as baleeiras. Alguns nem traziam colete de salvação. Os motores pararam, deixaram de se ouvir. Entretanto parece ter regressado o sossego de que muitos ainda duvidavam. Mas os danos foram grandes e o navio teve que obter autorização para regressar a Lourenço Marques para algumas reparações.

Nesta foto dá para observar os estragos. A amurada dobrou como de papel se tratasse e um guincho foi arrancado do convés, é visível o rombo.
Na passagem pelo Cabo cruzamos com o Infante D. Henrique, pode-se observar a forte ondulaçãoque fazia na altura e que esteve na origem do acidente